domingo, 26 de novembro de 2017

A era liquida

Todos parecem tão ocupados com suas vidas, suas rotinas. O mundo gira tão rápido, as pessoas passam pela minha vida como um cometa. Algumas deixam suas marcas, suas cicatrizes, outras vão e simplesmente levam tudo consigo. São tantas passagens, mas nada realmente duradouro. Pergunto-me se há algum problema comigo, por que ninguém nunca fica? Por que todos sempre se vão? Alguns eu até entendo, há motivos. Já outros, apenas partem, na maioria das vezes sem mesmo avisar ou se despedir. E dói. Dói porque a gente nunca espera. Dói porque eu nunca sei lidar com finais. E dói. Dói saber que acabou.

Talvez tudo isso tenha haver com a era que vivemos, onde quase tudo é liquido. Desde os bens materiais até as pessoas. Nada mais dura. São amores eternos de apenas uma semana. São amizades intensas de apenas dias. É tudo passageiro. É tudo liquido. Tudo se vai, se esvai e se perde em meio há essa imensidão que chamamos de universo. São poucas as exceções. As pessoas já chegam na intenção de partir. Nada mais dura a longo prazo. Relacionamentos tornaram-se banais. E em meio há tudo isso, cá estou eu, perdida. Sem conseguir me adaptar, sem saber exatamente o que fazer. Devo insistir e manter a esperança de ter algo duradouro algum dia? Ou simplesmente preciso me contentar com essas migalhas de momentos e lembranças?

Em meio há tantas pessoas liquidas, me encontro perdida. A solidão parece me alcançar, e, por algum motivo, solidão parece ser a única exceção de toda essa era liquida. Acho que não seguir e não se adaptar as mudanças da sociedade, de certo modo é isso, é sinônimo de solidão. É ter que aprender a ser só, mesmo em meio a multidão.

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